segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Lista do que eu quero fazer/sentir antes de partir em uma estrela cadente:



1.      Subir num pé de amora em uma tardezinha e comer todas as amoras que desejei pegar até hoje
2.      Lavar um carro imundo de um estranho qualquer sem ele saber
3.      Ver uma aurora boreal
4.      Fazer curso de mergulho e brincar de procurar tesouros em um mar lindo
5.      Fazer um mochilão- ok
6.      Ter telepatia com alguém
7.      Escrever um livro
8.      Aprender a fazer torta alemã
9.      Ser a primeira a ler o livro da minha mãe
10. Ver um arco-íris triplo
11.  Comer cookies que eu mesma preparei
12. Abraçar com todo carinho um grande amigo(a) de infância quando eu ficar bem velhinha
13.  Faltar ao trabalho por ter um motivo muito muito bom – OK!
14. Fazer anjinhos na neve
15. Se emocionar em um espetáculo de tango – OK!
16. Dar um cachorro chamado “Paçoca” para minha filha
17.  Gritar EU TE AMO com todo meu coração
18.  Ouvir minha música predileta tocada por peruanos no meu casamento
19.  Tomar água de coco do pé que plantei
20.  Ter coragem de saltar de bungee-jump
21.  Conhecer vários cantinhos lindos do mundo com as pessoas que amo
22.  Fazer brigadeiro até não poder mais para a festa de alguém especial
23.  Ir a Portugal com minha mãe
24.  Aprender a dançar tango
25.  Acampar sem medo com meu irmão na Chapada
26.  Aprender dezenas de coisas que só as crianças sabem
27.  Cometer duas ou três loucuras que me faça resmungar e rir ao mesmo tempo quando ficar veinha
28.  Fazer Rapel – OK!
29.  Comprar uma lata de tinta bem colorida para eu pintar livremente uma parede da minha casa
30.  Sentir uma borboleta azul pousar em mim
31. Jogar bolas de neve nas pessoas
32.  Rir tanto até sentir dor na barriga – ok!
33.  Tomar sorvete direto do pote numa tarde inusitada
34. Chorar de tanta alegria - okk
35.  Tomar banho pelada em uma cachoeira linda
36.  Aprender a tocar violino
37.  Me apaixonar uma duas três .. vezes pela mesma pessoa
38.  Aprender todos dias algo interessante, nem que seja uma piada
39.  Ajudar verdadeiramente uma pessoa
40. Saltar de parapente – ok!
41.  Comer algodão doce com minha filha num por do sol
42.  Usar o elevador uma vez p algo que não seja subir e descer
43.  Ter coragem de saltar de ponta cabeça um dia
44.  Sentir que fiz a diferença para alguém
45.  Pegar o carro e viajar sem rumo, ou melhor, no rumo do meu coração
46.  Sentir ainda mais a presença de Deus em mim
47.  Ter mais tempo para contemplar a natureza
48.  Adotar um filho
49.  Comer os chocolates que eu quiser sem preocupação com a balança
50.  Ouvir um Eu te amo sem aviso
51.  Criar um objeto que não existe
52. Saltar de para quedas – OK!
53.  Conhecer Fernando de Noronha
54.  Acreditar sempre no meu potencial
55.  Fazer um curso de fotografia
56.  Ensinar inglês para meus filhos sem eles rirem de mim..rs
57.  Compartilhar as alegrias ao lado dos meus irmãos e dividir suas tristezas
58.  Passear num balão de gás colorido de ar quente
59.  Dizer todos os dias o quanto eu amo e admiro minha mãe
60.  Acreditar sempre que posso fazer o mundo um pouco melhor começando com meu interior
61. Chegar em Machu Picchu – OK!
62.  Fazer uma viagem a pé

Dê uma olhada nos bastidores..mas cuidado para não sair sujo de lá.



Fez-se imagem e semalhança..pela segunda vez.

Outro dia me peguei comparando a televisão a um espelho, não um espelho desses qualquer, pois este por mais que tenha inúmeras lendas por detrás de sua superfície, simplesmente reflete nossas linhas e formas, tal qual somos, com o peso da realidade ali estampado, para nosso encanto ou não.. Refiro-me mais a um espelho às avessas, tirado de um conto de fadas para adultos, na qual o sujeito não fabrica mais a imagem, onde o reflexo não se move em sintonia com o individuo, mas sim somos nós que imitamos o que se encontra do outro lado da tela mágica. A imagem atualmente deixou de ser apenas o reflexo para se tornar mais Sujeito que o próprio Ser. Este, cada vez mais esvaziado de sua própria identidade, vem buscando desesperadamente moldar seu “Eu”, com estereótipos mercadológicos divulgados, replicados e regurgitados pelos meios de comunicação em massa.
Como narcisos, as pessoas estão cada vez mais deixando de lado a realidade para viver o gozo da imagem, do virtual. Na ânsia de fugir de sua pálida rotina, buscam preencher a “vida” com fantasias e idealizações difundidas pelo Sistema. Do outro lado das modernas telas, que mais nos parecem janelas para um mundo melhor, tudo parece mais belo, lustroso e estimulante. Sentados na própria vida, prostrados naquele sofá manchado por baba de cachorro, papa de criança e uma gotícula solitária de sexo, muitos se entregam sedentos aquela bela miragem, de uma vida cheia de aventuras das quais não vivem, de paixões que não sentem e da sonhada fartura que a família geralmente não tem. Hoje se acompanham mais as tramas novelescas do que os próprios dramas, estes, cansados de tanto esperar por ações, vão se acumulando nos cantos empoeirados da nossa mente. Mais nos masturbamos internamente com os belos corpos inatingíveis da TV do que fazemos sexo com nossos companheiros. Compramos aquelas grifes veiculadas nas propagandas que cheiram a fama e poder, pois as confundimos com identidade. Hoje o “ter” se tornou sinônimo de “ser”, objetos estão adquirindo características humanas, produtos mostram quem é aquela pessoa que os possui.
Consumimos tudo e a todos de forma desenfreada, na vã promessa de realizar nossos desejos. Mas nossos sonhos são hoje sonhos massificados, domesticados. Acreditamos ser livres para fazer o que bem desejamos, ledo engano..pois a maior cartada do Sistema é essa, nos fazer crer que necessitamos verdadeiramente daquele carro quase falante, da loira boazuda que parece sempre estar um passo do orgasmo (sic..auto), das lingeries fatais que prometem noites suadas com quase semi-deuses, que precisamos daquele celular que guarda o mundo dentro de si e outros tantos objetos e parafernálias que nos compram por meio da coação psicológica. Como bem disse Ferrés, na maioria das vezes as pessoas não fazem o que internamente desejam, simplesmente agem conforme doutrinamentos e imitações. Fazer o que se deseja verdadeiramente é para poucos..pois a verdade é que somos ininterruptamente levados a desejar o que interessa que se deseje. Se o Sistema prega a liberdade acima de tudo, é porque esta foi presa em uma gaiola chique, confortável, cômoda. Alienante a tal ponto que nos engaiolamos sem ao menos saber/sentir que cada vez mais nos tornamos um bichinho mercadológico vivendo do farelo deles..

Brunna Guimarães